
No dinâmico mundo da logística, entender o verdadeiro significado do transit time pode ser a diferença entre entregar uma mercadoria no prazo ou enfrentar atrasos inesperados.
Ainda mais quando consideramos as nuances entre "transit time onboard" e "transit time total". Apesar de ambos terem relação com prazo, nem sempre se alinham como esperado.
Neste artigo, vamos desvendar as sutilezas que os diferem, falar um pouco sobre a importância do critério de transit time, ilustrar situações reais e mostrar por que uma clara compreensão desses conceitos é crucial para qualquer operação logística bem-sucedida. Vamos lá!
O que é transit time?
Transit time, traduzido como "tempo de trânsito", refere-se ao período necessário para que uma mercadoria se desloque de um ponto a outro.
Esse indicador logístico é crucial no comércio exterior e na logística, pois impacta diretamente nos prazos de entrega, na gestão de estoques e, consequentemente, na satisfação do cliente.
No entanto, é fundamental compreender que, dentro desse conceito, existem diferenças entre o tempo de trânsito a bordo de um navio e o tempo de trânsito total de um embarque.
O que é transit time onboard?
O "transit time onboard", ou "tempo de trânsito a bordo", especificamente, refere-se ao intervalo que uma carga leva a bordo de um navio para ir de um porto de origem até um porto de destino.
Para elucidar, se alguém informar que a carga possui um "transit time onboard" de 15 dias de Santos para Barcelona, isso significa que, do momento que o navio parte do porto de brasileiro até sua chegada na Espanha, teremos exatamente 15 dias.
O que é transit time total?
Já o "transit time total", ou "tempo de trânsito total", engloba um período mais abrangente. Ele considera, além do tempo a bordo do navio, outros períodos, como o de transbordo, a troca do contêiner quando o serviço não é direto, e demais variáveis que podem prolongar o tempo que a carga levará para chegar ao seu destino final.
Em outras palavras, é o tempo geral de deslocamento, desde a saída da carga do ponto de origem até a sua chegada ao ponto de destino, considerando todas as etapas logísticas intermediárias.
➡️Confira também um vídeo completo sobre o assunto.
10 fatores que influenciam no transit time do modal marítimo
No transporte marítimo, o transit time é influenciado por diversos fatores. Abaixo, destacamos os 10 que mais impactam, conheça:
1. Distância entre os portos
A distância direta entre o porto de origem e o de destino é um fator óbvio, mas que pode variar dependendo das rotas e das escalas realizadas.
2. Rota e escalas do navio
Alguns serviços marítimos fazem paradas em múltiplos portos (transbordos), o que pode aumentar o tempo de trânsito. Já as rotas diretas geralmente têm um transit time mais curto.
3. Tipo de carga e contêiner
O tipo de carga (LCL ou FCL) e o tipo de contêiner utilizado podem influenciar o tempo de embarque, manuseio e descarregamento, afetando o tempo de trânsito total.
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4. Condições climáticas e meteorológicas
Tempestades, ventos fortes ou condições adversas podem atrasar o navio, tanto no mar quanto nos portos, impactando o transit time.
5. Congestionamento nos portos
O tempo de espera para atracar, especialmente em portos com grande movimentação, pode aumentar o transit time de uma carga.
6. Eficiência no manuseio e desembarque
O tempo de processamento no porto de origem e destino, como despacho aduaneiro e operações de carga e descarga, influencia diretamente o tempo total.
7. Transbordo e troca de contêineres
Se a carga precisar ser transbordada em um hub, o tempo de espera no terminal e a mudança de navio podem aumentar o transit time.
8. Atrasos operacionais e imprevistos
Problemas operacionais, como falhas mecânicas, podem afetar o horário de partida ou chegada, criando atrasos imprevistos.
9. Horário de operação das rotas
A frequência das rotas entre os portos (diária, semanal, quinzenal) pode impactar o tempo de espera antes da partida, afetando o transit time total.
10. Política de segurança e regulamentação
Mudanças na legislação ou regulamentações de segurança que exigem inspeções extras podem resultar em atrasos no processo de transporte.
Por que o transit time é importante para operações logísticas?
O transit time exerce um papel central na eficiência logística, veja o porquê você precisa saber mais sobre ele:
- Ajuda no planejamento de estoques, permitindo uma gestão mais certeira de inventários.
- Melhora a capacidade de atender aos prazos acordados com os clientes, aumentando a satisfação.
- Contribui para a redução de custos operacionais ao delinear um planejamento mais eficiente de rotas e processos.
- Facilita a escolha de parceiros e serviços logísticos adequados ao perfil das operações.
- Permite antecipar possíveis atrasos e adotar medidas para mitigá-los, aumentando a previsibilidade.
- Garante o cumprimento de acordos comerciais ao ajudar a prever o tempo de entrega.
Situações em que transit time onboard e transit time total não são os mesmos
Muitas vezes, ao lidar com operações logísticas, pode haver uma confusão entre os conceitos de transit time onboard e transit time total.
Em teoria, eles poderiam ser os mesmos, se o transporte fosse sempre direto e sem intercorrências. No entanto, na prática, muitas variáveis podem afetar o tempo total de trânsito de uma carga.
Situação hipotética: embarque LCL de Santos para Barcelona
Imagine que você está contratando um embarque LCL de Santos para Barcelona, que passará por Antuérpia. O transit time onboard de Santos a Antuérpia é de 15 dias, e o de Antuérpia para Barcelona é de 10 dias. Pode-se pensar, à primeira vista, que o transit time total seria a soma direta desses dois tempos, resultando em 25 dias.
No entanto, esse não é o caso. Há outros fatores a considerar, como o tempo de transbordo – o processo de desovar a carga de um contêiner e carregá-la em outro – e o tempo que o contêiner passará esperando no porto de Antuérpia antes de embarcar para Barcelona.
Se, por exemplo, o serviço de Antuérpia para Barcelona for quinzenal, haverá uma espera de uma semana, tornando o transit time total de 32 dias, e não 25, isso contando que não haverá nenhuma outra intercorrência.
Situação hipotética: embarque LCL de Santos para Antuérpia
Suponhamos que, ao contratar o transporte, você verificou que a embarcação que sairia de Santos para Antuérpia chegaria no primeiro porto no dia 1 e, embora a saída de Antuérpia para Barcelona fosse quinzenal, estava prevista para o dia 6. Contudo, ocorreu um imprevisto, e o navio chegou em Antuérpia somente no dia 8 e não no dia 1 como esperado.
Por causa desse atraso, sua carga perderá a janela de embarque planejada e ficará parada por mais 15 dias esperando o próximo navio. Assim, mesmo que o tempo de trânsito a bordo totalize 25 dias, o transit time total, devido ao atraso, será de 47 dias.
Essas situações destacam a importância de não apenas compreender a diferença entre esses dois conceitos, mas também de analisar cuidadosamente as opções logísticas disponíveis e realizar o follow up.
Muitas vezes, a eficiência e a previsibilidade do serviço são tão ou mais importantes para o cliente do que apenas o preço.
Como a Allink pode ajudar?
Entender as sutilezas do transit time é mais do que um mero exercício acadêmico; é uma ferramenta vital para garantir entregas eficientes e manter a confiança dos clientes. Como vimos, o mundo da logística é repleto de variáveis e nuances, e o sucesso muitas vezes reside nos detalhes.
Com uma compreensão clara dos diferentes aspectos do tempo de trânsito, você estará melhor equipado(a) para navegar por esses desafios e otimizar suas operações logísticas.
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